sábado, 17 de maio de 2025

Conto IA - Sob os Pés da Multidão”

 Sob os Pés da Multidão”


O sol já havia descido no horizonte, mas o calor persistia entre os corpos colados, dançando e pulando sob luzes estroboscópicas. O palco explodia em grave, a bateria reverberando nas costelas de todos ao redor. Você estava lá no meio — não na frente, nem no fundo — naquele ponto onde ainda dava pra respirar, mas só se você soubesse economizar oxigênio.


Em meio a uma tentativa desajeitada de catar uma pulseira caída, você se abaixou. Mau momento. Péssimo momento.


Antes que pudesse sequer tocar a pulseira, um tropéu de tênis surrados e botas barroentas varreu seu campo de visão. Sua mão ficou para trás — aberta, vulnerável, entre uma poça de cerveja morna e o zumbido metálico de uma latinha amassada.


CRAACK.


Um coturno desavisado pisou com precisão cirúrgica no dorso da sua mão. Você não teve nem tempo de gritar — a dor subiu rápido, como uma corrente elétrica, mas se perdeu nos gritos da multidão. O dono do coturno nem notou. Ou notou, e achou que fosse uma pedra.


Veio outro. Um pisão mais lateral, mais escorregadio, com um tênis molhado de algo pegajoso. E outro, que apenas roçou seus dedos, deixando para trás um papel de bala grudento.


Você tentou puxar a mão, mas ela parecia presa numa teia de confusão humana. O chão do festival era uma colcha de copos trincados, glitter úmido e etiquetas de cerveja arrancadas — e ali, no centro de tudo, seus dedos, amassados como mais um item descartável da festa.


A música aumentou. Alguém pulou. E o solado de um tênis All Star velho se firmou com toda confiança sobre a palma da sua mão, como quem pisa numa poça para manter o equilíbrio.


Você gritou agora — ou pelo menos acha que gritou. O som ficou preso entre o bumbo da bateria e um refrão que todos cantavam errado. Sua mão latejava. Seus dedos ardiam. Mas ninguém parou.


Naquela noite, o chão do festival engoliu sua dor sem cerimônia. E sua mão, por uns bons minutos, deixou de ser sua. Era parte da bagunça. Um obstáculo. Um erro de cálculo entre a batida da música e os passos descompassados de quem só queria dançar.


domingo, 4 de maio de 2025

Vídeo

 Finalmente após muito tempo (mesmo), consegui uma pisada tesão que vou compartilhar o vídeo aqui! 

Foi num festival de música na minha cidade e um cara magro e alto com Nikes de cano alto (seriam blazers?) pisou na minha mão sem perceber! Foi muito tesão! 

Finally, after a (really) long minute, I managed to get my hands candidly trampled and recorded on the video that follows! 

It happened in a music festival in my city where a tall, slim guy in his top Nikes (blazers maybe?) candidly trampled my hand without noticing it. It was very hot!

https://youtube.com/shorts/HBO6q6jXv3c?si=K9egjELZ5ZWHRta4